quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
O drama dos resíduos sólidos urbanos
O drama dos resíduos sólidos urbanos
Há algum tempo atrás tomamos conhecimento do acidente ocorrido no aterro sanitário de Itaquaquecetuba, aqui perto, que é para onde vai parte do nosso lixo do dia-a-dia. Está certo que o aterro vinha operando já algum tempo de forma irregular e fora dos padrões exigidos pela legislação de saúde e ambiental conforme atesta várias medidas tomadas pela CETESB.
A lembrança serve de introdução para refletirmos sobre nossas responsabilidades na geração de lixo de forma excessiva e desnecessária, entretanto, esse ponto ficará para ser abordado em outra oportunidade.
A geração e destino dos Resíduos Sólidos Urbanos - RSU para as prefeituras municipais são uma problema constante de natureza estética, sanitária, econômica e legal e, em geral, costuma ter alta prioridade. Para os municípios de pequeno porte são fatores como escassez de recursos, falta de técnicos e equipamentos que contribuem para que os RSU não tenham a destinação adequada, que no Brasil, ainda é o Aterro Sanitário.
Os problemas do lixo são de ordem: estética; de maus odores; poluição do ar com os gases metano, CO2, mercúrio, dioxinas e outros; contaminação do solo com metais pesados e da água com o chorume; hospeda vetores de inúmeras doenças graves; contribuem para a existência de animais que vivem do lixo; entopem bueiros, canais e córregos quando das enxurradas. Provocam ainda perfurações, cortes e doenças em catadores e podem provocar a combustão espontânea gerando incêndios.
Pensar o lixo
Desde a metade do século passado as técnicas de destinação dos RSU (lixo) evoluíram muito pouco. A forma dos aterros sanitários não muda. É sempre o mesmo, uma depressão de terrenos onde se joga todo tipo de lixo misturado. Em seguida é compactado com trator e recoberto com terra. Isso vai até a lotação máxima do aterro, anos depois.
Desde o início, a chuva penetra, se transforma em chorume _ líquido mal cheiroso que lado a lado com a vinhaça da cana-de-açúcar é o maior poluente conhecido e contamina o lençol freático. Os gases gerados pela matéria orgânica que se perdem contaminam a atmosfera quando não provoca incêndios.
Porque então não cobrir o aterro com uma manta plástica? De sobra ainda poderia se aproveitar a água que cai para outros fins com retorno econômico. Porque então não impermeabilizar previamente o aterro com manta de polietileno usada em piscicultura? E se não podemos impedir que se produza, por que não tratá-lo? Sua evaporação em tambores de petróleo vazio (tendo como combustível o próprio gás metano produzido no aterro); por eletrofloculação ou mesmo em lagoas de estabilização são métodos econômicos e eficazes.
Se aves, animais e pessoas que povoam os lixões são indesejáveis, por que não cobrí-los com tela de plástico ou metal? Se as camadas que formam “sanduiches” de terra nos aterros ocupam grande parte do seu volume, porque não substituí-la por uma massa verde de folhas e ramos de árvores resultantes da poda; aparas de grama. Restos de culturas agrícolas ou folhas de eucalipto que neste caso ajudaria a afastar os ratos e os problemas com o cheiro. Além é claro de acelerar a compostagem. A compactação ou trituração do lixo, antes de sua deposição para ocupar melhor e menores espaços seria alternativa.
Por fim, é sabido que os gases produzidos no aterro pela decomposição da matéria orgânica podem ser totalmente aproveitados para geração de energia elétrica. Afinal, porque essas práticas não se espalham por todo o Brasil?
Soluções viáveis
Como visto o aterro sanitário ainda pode ser viável, mas urge tomas outras medidas, tais como: reciclagem; compostagem; redução do consumo (de bens); incineração em altas temperaturas; artesanato do lixo; uso dos gases em veículos e turbinas (geração de eletricidade); autoclavagem e compressão (lixo hospitalar); entre outras. (JMN)
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Marketing inteligente põe 25 de dezembro no calendário O Natal só foi adicionado ao calendário cristão no quarto século. Não se sabe a data real do nascimento de Jesus. Por John Steele Gordon
Neste Natal se você celebra a chegada do Papai Noel, o nascimento de Jesus Cristo ou a chance de comer comida chinesa e ver qualquer filme que quiser, pare para pensar no papa Liberius. Ele é o homem responsável por marcar a data para 25 de dezembro.
Já parou para pensar porque alguns feriados cristãos, como a Páscoa, Quarta-Feira de Cinzas e Corpus Christi são “festas móveis”, mudando pelo calendário de ano a ano, enquanto que outras como o Natal e Dia de Reis, não?
A razão é que as festas móveis são bem mais antigas, celebradas desde os anos mais antigos da Igreja. Elas foram baseadas no calendário lunar hebreu. O Pessach (Páscoa judaica) é celebrado no dia da primeira lua cheia da primavera (no hemisfério norte), e a última ceia foi na verdade uma ceia de páscoa judaica. Então os primeiros cristãos celebram a Sexta-feira da Paixão (um dia depois da crucificação) e a Páscoa (a ressurreição) logo após o Pessach. (Em 325 A.D., Páscoa foi fixada no primeiro domingo depois da primeira lua cheia da primavera— no hemisfério norte)
O Natal só foi adicionado ao calendário cristão no quarto século, e francamente, foi adicionado como uma jogada de marketing. Não se sabe a data real do nascimento de Jesus, mas São Lucas (um dos dois autores de evangelhos que mencionam o nascimento) notou que no momento os “pastores estavam trabalhando no campo e observavam seus rebanhos durante a noite”. Isso implica uma data na primavera ou no verão, quando gado estava no alto das montanhas, não no inverno quando os animais eram mantidos em currais.
O papel da Saturnália
Então porque o papa Liberius decidiu em 354 celebrar o Natal no dia 25 de dezembro? Não dá para ter certeza. Mas sabemos duas coisas: primeiro, quando Liberius assumiu a igreja estava enfrentando uma heresia chamada arianismo, que ensinava que Jesus Cristo não era de fato divino, mas um ser criado. Segundo, 25 de dezembro caía bem no final da Saturnália, o antigo festival romano do solstício, celebrado de 17 a 24 de dezembro. No quarto século, após o imperador Constantino (que governou de 306 a 337) se converter ao cristianismo, a nova religião se espalhou rapidamente. Mas a festividade pagã Saturnália era muito popular. Era um mercado com doação de presentes, decoração de casas com sempre-vivas (soa familiar?), muita bebida e sexo.
Ao marcar a data do Natal para 25 de dezembro, o papa Liberius estava não apenas afirmando o nascimento divino de Cristo contra os hereges, mas também dizendo aos futuros cristãos que na verdade “você pode se converter ao cristianismo e ainda assim aproveitar a Saturnália”.
O Natal medieval, como seu antecessor pagão, era algo barulhento e bêbado. Muitas dioceses tinham uma “festa de tolos”, na qual alguém do baixo clero era temporariamente instalado como “bispo dos tolos” e diversão era transformada em um cerimonial da igreja. Na França, igrejas promoviam uma “fête de l’âne” em honra ao burro que trouxe Maria a Belém. Do lado de fora da igreja havia uma festa comunitária com bebida e, é seguro afirmar, sexo.
Mas com a Reforma, as coisas mudaram. Muitas seitas protestantes aboliram o Natal como uma corrupção medieval. Foi banido na Escócia em 1563 e da Inglaterra quando os puritanos derrotaram e executaram Charles I. A Nova Inglaterra puritana também não celebrava o Natal. Apesar de o feriado ter sido ressuscitado após a Restauração, nunca mais recuperou sua forma medieval. Ao invés disso, se tornou uma ocasião bastante voltada para a família.
Mito moderno
No início do século XIX, um grupo de escritores de Nova York, incluindo John Pintard, Washington Irving e especialmente Clement Clarke Moore, estabeleceram o moderno mito do Natal secular americano centrado em crianças, com papai Noel carregando presentes em seu trenó movido a renas e descendo por chaminés para entregá-los.
A poinsétia, ou bico-de-papagaio, que se tornou associada ao Natal porque floresce em dezembro, era desconhecida até o Ministro americano para o México, Joel Roberts Poinsett, a trouxe de volta em 1828. No meio do século XIX, o cartunista Thomas Nast criou a imagem moderna do papai Noel, um velhinho de gordo e alegre de barba branca (a roupa vermelha só virou padrão na década de 20, graças aos anúncios da Coca-Cola). Árvores de Natal chegaram ao mundo anglófono mais ou menos na mesma época, quando o príncipe alemão Albert — cujos ancestrais eram sem dúvida adoradores de árvores pagãos — casou-se com a Rainha Vitória.
Mercadores, é desnecessário dizer, empurraram a ideia da troca de presentes, decorando suas lojas e fazendo promoções. Quando seitas cristãs que celebravam o Natal, como católicos e anglicanos, começaram a se mudar para Nova Inglaterra, onde o Natal era desconhecido nos tempos coloniais, o feriado foi aos poucos revivido. Pressão de crianças (“nossos amigos estão recebendo presentes. Por que nós não?”) com certeza ajudou. Igrejas que não celebravam o Natal como a Presbiteriana e a Congregacionalista, começaram a fazê-lo. Novamente, foi uma jogada de marketing, para impedir que fiéis mudassem de igreja.
O poeta Henry Wadsworth Longfellow notou em 1856, “um estágio de transição sobre o Natal aqui na Nova Inglaterra. O velho sentimento puritano impede que seja um feriado alegre e caloroso, apesar de que a cada ano se aproxime mais disso”. Mais e mais estados, incluindo Nova Inglaterra, fizeram do Natal uma festa oficial e, em 1870, o presidente Ulysses S. Grant assinou a lei que tornou o feriado nacional.
Hoje esse Natal secular é celebrado ao redor do mundo mesmo em países como o Japão e a Coreia do Sul, onde apenas uma pequena porcentagem da população é cristã. Uma das músicas de Natal mais popular, “White Christmas” foi escrita por Irving Berlin, que era judeu.
O Natal da virgem Maria e a manjedoura, os três reis magos e “Noite Feliz” é um dia sagrado celebrando o nascimento de Jesus. O Natal do papai Noel, árvores de Natal, presentes, festas e “Rodolfo, a rena do nariz vermelho” é um festival de solstício de inverno celebrando o renascimento do Sol.
(John Steele Gordon é autor de vários livros, incluindo “Hamilton’s Blessing: The Extraordinary Life and Times of Our National Debt”)
Já parou para pensar porque alguns feriados cristãos, como a Páscoa, Quarta-Feira de Cinzas e Corpus Christi são “festas móveis”, mudando pelo calendário de ano a ano, enquanto que outras como o Natal e Dia de Reis, não?
A razão é que as festas móveis são bem mais antigas, celebradas desde os anos mais antigos da Igreja. Elas foram baseadas no calendário lunar hebreu. O Pessach (Páscoa judaica) é celebrado no dia da primeira lua cheia da primavera (no hemisfério norte), e a última ceia foi na verdade uma ceia de páscoa judaica. Então os primeiros cristãos celebram a Sexta-feira da Paixão (um dia depois da crucificação) e a Páscoa (a ressurreição) logo após o Pessach. (Em 325 A.D., Páscoa foi fixada no primeiro domingo depois da primeira lua cheia da primavera— no hemisfério norte)
O Natal só foi adicionado ao calendário cristão no quarto século, e francamente, foi adicionado como uma jogada de marketing. Não se sabe a data real do nascimento de Jesus, mas São Lucas (um dos dois autores de evangelhos que mencionam o nascimento) notou que no momento os “pastores estavam trabalhando no campo e observavam seus rebanhos durante a noite”. Isso implica uma data na primavera ou no verão, quando gado estava no alto das montanhas, não no inverno quando os animais eram mantidos em currais.
O papel da Saturnália
Então porque o papa Liberius decidiu em 354 celebrar o Natal no dia 25 de dezembro? Não dá para ter certeza. Mas sabemos duas coisas: primeiro, quando Liberius assumiu a igreja estava enfrentando uma heresia chamada arianismo, que ensinava que Jesus Cristo não era de fato divino, mas um ser criado. Segundo, 25 de dezembro caía bem no final da Saturnália, o antigo festival romano do solstício, celebrado de 17 a 24 de dezembro. No quarto século, após o imperador Constantino (que governou de 306 a 337) se converter ao cristianismo, a nova religião se espalhou rapidamente. Mas a festividade pagã Saturnália era muito popular. Era um mercado com doação de presentes, decoração de casas com sempre-vivas (soa familiar?), muita bebida e sexo.
Ao marcar a data do Natal para 25 de dezembro, o papa Liberius estava não apenas afirmando o nascimento divino de Cristo contra os hereges, mas também dizendo aos futuros cristãos que na verdade “você pode se converter ao cristianismo e ainda assim aproveitar a Saturnália”.
O Natal medieval, como seu antecessor pagão, era algo barulhento e bêbado. Muitas dioceses tinham uma “festa de tolos”, na qual alguém do baixo clero era temporariamente instalado como “bispo dos tolos” e diversão era transformada em um cerimonial da igreja. Na França, igrejas promoviam uma “fête de l’âne” em honra ao burro que trouxe Maria a Belém. Do lado de fora da igreja havia uma festa comunitária com bebida e, é seguro afirmar, sexo.
Mas com a Reforma, as coisas mudaram. Muitas seitas protestantes aboliram o Natal como uma corrupção medieval. Foi banido na Escócia em 1563 e da Inglaterra quando os puritanos derrotaram e executaram Charles I. A Nova Inglaterra puritana também não celebrava o Natal. Apesar de o feriado ter sido ressuscitado após a Restauração, nunca mais recuperou sua forma medieval. Ao invés disso, se tornou uma ocasião bastante voltada para a família.
Mito moderno
No início do século XIX, um grupo de escritores de Nova York, incluindo John Pintard, Washington Irving e especialmente Clement Clarke Moore, estabeleceram o moderno mito do Natal secular americano centrado em crianças, com papai Noel carregando presentes em seu trenó movido a renas e descendo por chaminés para entregá-los.
A poinsétia, ou bico-de-papagaio, que se tornou associada ao Natal porque floresce em dezembro, era desconhecida até o Ministro americano para o México, Joel Roberts Poinsett, a trouxe de volta em 1828. No meio do século XIX, o cartunista Thomas Nast criou a imagem moderna do papai Noel, um velhinho de gordo e alegre de barba branca (a roupa vermelha só virou padrão na década de 20, graças aos anúncios da Coca-Cola). Árvores de Natal chegaram ao mundo anglófono mais ou menos na mesma época, quando o príncipe alemão Albert — cujos ancestrais eram sem dúvida adoradores de árvores pagãos — casou-se com a Rainha Vitória.
Mercadores, é desnecessário dizer, empurraram a ideia da troca de presentes, decorando suas lojas e fazendo promoções. Quando seitas cristãs que celebravam o Natal, como católicos e anglicanos, começaram a se mudar para Nova Inglaterra, onde o Natal era desconhecido nos tempos coloniais, o feriado foi aos poucos revivido. Pressão de crianças (“nossos amigos estão recebendo presentes. Por que nós não?”) com certeza ajudou. Igrejas que não celebravam o Natal como a Presbiteriana e a Congregacionalista, começaram a fazê-lo. Novamente, foi uma jogada de marketing, para impedir que fiéis mudassem de igreja.
O poeta Henry Wadsworth Longfellow notou em 1856, “um estágio de transição sobre o Natal aqui na Nova Inglaterra. O velho sentimento puritano impede que seja um feriado alegre e caloroso, apesar de que a cada ano se aproxime mais disso”. Mais e mais estados, incluindo Nova Inglaterra, fizeram do Natal uma festa oficial e, em 1870, o presidente Ulysses S. Grant assinou a lei que tornou o feriado nacional.
Hoje esse Natal secular é celebrado ao redor do mundo mesmo em países como o Japão e a Coreia do Sul, onde apenas uma pequena porcentagem da população é cristã. Uma das músicas de Natal mais popular, “White Christmas” foi escrita por Irving Berlin, que era judeu.
O Natal da virgem Maria e a manjedoura, os três reis magos e “Noite Feliz” é um dia sagrado celebrando o nascimento de Jesus. O Natal do papai Noel, árvores de Natal, presentes, festas e “Rodolfo, a rena do nariz vermelho” é um festival de solstício de inverno celebrando o renascimento do Sol.
(John Steele Gordon é autor de vários livros, incluindo “Hamilton’s Blessing: The Extraordinary Life and Times of Our National Debt”)
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Comissão pode votar nesta terça parecer sobre a Lei Geral da Copa
Comissão pode votar nesta terça parecer sobre a Lei Geral da Copa
A comissão especial da Lei Geral da Copa (PL 2330/11, do Executivo) se reúne nesta terça-feira (20) para votar o parecer do relator, deputado Vicente Candido (PT-SP). A lei faz parte das garantias oferecidas pelo governo brasileiro à Federação Internacional de Futebol (Fifa) para a realização da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014.
A versão mais recente do parecer do relator, apresentada na semana passada, libera a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa do Mundo. Candido desistiu de alterar o Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/03) para liberar o álcool em todos os campeonatos disputados no País, como constava na primeira versão do parecer.
O texto do relator também inclui o direito a meia-entrada para idosos em qualquer ingresso da Copa, o que segue previsão do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03). Também está prevista a reserva de 300 mil ingressos a R$ 50 para estudantes, indígenas, beneficiários do Bolsa Família e adeptos da Campanha Nacional do Desarmamento. Esses últimos foram incluídos na segunda versão do parecer.
Candido também incluiu a possibilidade de o calendário letivo de 2014 ser alterado para que as aulas não coincidam com os jogos da Copa. Segundo o relator, as escolas públicas e privadas terão autonomia para fixar o calendário.
Protesto
Deputados de três comissões da Câmara se manifestaram na semana passada contra a liberação de bebidas nos estádios. O protesto foi das comissões especiais sobre Consumo de Bebidas Alcoólicas; de Combate às Drogas; e de Seguridade Social e Família. Também houve protesto da União Nacional dos Estudantes (UNE) em defesa da meia-entrada nos jogos da Copa.
O texto da Lei Geral da Copa trata ainda de temas como a concessão simplificada de vistos a estrangeiros, proteção às marcas associadas ao evento, transmissão e retransmissão de jogos e condutas proibidas nos estádios.
A reunião desta terça-feira está marcada para as 14h30, no Plenário 8.
A versão mais recente do parecer do relator, apresentada na semana passada, libera a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa do Mundo. Candido desistiu de alterar o Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/03) para liberar o álcool em todos os campeonatos disputados no País, como constava na primeira versão do parecer.
O texto do relator também inclui o direito a meia-entrada para idosos em qualquer ingresso da Copa, o que segue previsão do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03). Também está prevista a reserva de 300 mil ingressos a R$ 50 para estudantes, indígenas, beneficiários do Bolsa Família e adeptos da Campanha Nacional do Desarmamento. Esses últimos foram incluídos na segunda versão do parecer.
Candido também incluiu a possibilidade de o calendário letivo de 2014 ser alterado para que as aulas não coincidam com os jogos da Copa. Segundo o relator, as escolas públicas e privadas terão autonomia para fixar o calendário.
Protesto
Deputados de três comissões da Câmara se manifestaram na semana passada contra a liberação de bebidas nos estádios. O protesto foi das comissões especiais sobre Consumo de Bebidas Alcoólicas; de Combate às Drogas; e de Seguridade Social e Família. Também houve protesto da União Nacional dos Estudantes (UNE) em defesa da meia-entrada nos jogos da Copa.
O texto da Lei Geral da Copa trata ainda de temas como a concessão simplificada de vistos a estrangeiros, proteção às marcas associadas ao evento, transmissão e retransmissão de jogos e condutas proibidas nos estádios.
A reunião desta terça-feira está marcada para as 14h30, no Plenário 8.
Íntegra da proposta:
Agência Câmara de Notícias
domingo, 18 de dezembro de 2011
Relato de um cidadão indignado que precisou da Polícia
Sou proprietário de um pequeno mercado em um bairro de periferia no interior do estado de São Paulo e encontrava-me em mais um dia de trabalho de domingo, apesar de cansado, estava tranqüilo, quando à tarde, pouco antes de fechar, entraram dois assaltantes dominaram meus poucos clientes e meu funcionário do caixa (na verdade ajudante geral) e roubaram todo meu caixa, R$ 465,00 (parece pouco, mas para um pequeno comerciante que acordou as 5:30 da manhã e deu duro o dia todo é muito). Na hora pensei em reagir, pois a arma do ladrão parecia de brinquedo e não achava certo eles levarem todo meu dinheiro do dia.
Diante disto fiz igual a todo cidadão desesperado faz, liga para o 190 e chama a policia, daí fiquei indignado, porque o telefonista da PM estava mais preocupado em fazer perguntas do que mandar logo a viatura. Fiz inúmeras ligações e passaram mais de 30 minutos e nada da viatura chegar e o telefonista só dizia “eu vou cadastrar sua ocorrência, senhor, e é só o senhor aguardar”. Eu lá queria saber de “cadastrar ocorrência”, eu queria uma viatura no meu trabalho. Passados exatos 48 minutos chegaram dois policiais em duas motos vieram em minha direção e eu não quis nem saber, já cheguei “soltando os cachorros” em cima dos policiais, quando um deles após me ouvir pacientemente, com muita calma e educação, me interrompeu e perguntou se tinha sido vítima de roubo, eu nem esperei ele terminar de falar e já respondi que sim e depois desta demora não precisava mais da polícia lá e que eles podiam ir embora e paciente policial militar com um semblante triste me respondeu: -“tudo bem senhor só que nós precisamos do senhor, porque um dos ladrões que roubou o mercado do senhor deparou com a viatura no momento em que os PM estavam vindo pra cá e baleou um dos nossos amigos e na troca de tiros foi baleado e está no hospital e por isso é necessário que o senhor nos acompanhe para fazer o reconhecimento e a gente conseguiu localizar R$ 465,00 com o outro ladrão que foi preso”.
A partir daí vi como sou uma pessoa medíocre e mesquinha, pois pensava só em mim e no meu dinheiro enquanto uma pessoa que eu nem me conhecia tomava tiro por mim e como sou idiota a ponto de pensar em reagir em um assalto achando que a arma era de brinquedo.
Chegando no hospital não estava mais preocupado com o meu dinheiro e nem com em reconhecer o ladrão que havia me roubado, estava preocupado com o estado de saúde do PM que havia sido baleado por mim, ou melhor, pela sociedade ingrata e injusta, que não reconhece o trabalho destes nobres profissionais. Fiquei sabendo que o policial estava bem e que iria passar por uma pequena cirurgia para retirar a bala que havia atingido e o ladrão que havia me roubado havia morrido.
Fiquei indignado (agora sim) quando cheguei ao plantão policial e vi pessoas gritando para os policiais na calçada: “assassinos, covardes” e minha indignação aumentou mais ainda quando os jornais do município e da região anunciaram: “policia mata pintor em troca de tiros”, e quando grandes jornais anunciam: “aumentou o número de mortos pela policia militar”. E o policial militar baleado, ninguém fala nada? O pai de família, assim como eu, é ferido ou morto, ninguém comenta?
Daí faço uma pergunta: quem está certo o policial que arrisca a vida para nos proteger, eu que, assim como todo o trabalhador, acordo cedo, inclusive nos finais de semana e dou um duro danado para sustentar a família ou o ladrão.
A partir daí resolvi conhecer melhor o trabalho destes valorosos homens indo ao quartel e conhecendo a sua central telefônica, onde fiquei impressionado com a quantidade ligações e a quantidade de trotes e de relatos que não são problemas de policia, daí vi a importância da quantidade de perguntas que aquele excelente profissional que atende o telefone me fez.
O pior de tudo e que não acabou ai, porque o policial que acertou o ladrão que baleou seu amigo está sendo processado pela morte do ladrão, foi afastado da rua, teve que mudar com sua família porque deram vários tiros na casa onde morava e ainda teve que ouvir do advogado do ladrão que o bandido era ele. Meu Deus! Desse jeito onde vamos parar?
Agora para me redimir o que me resta a fazer é dizer quanto sou grato aos Policiais Militares pelo seu trabalho, parabenizá-los e dizer sempre quando vejo uma viatura ou ouço uma sirene: “fiquem com DEUS meus grandes amigos e heróis”.
Augusto Silva
(nome fictício, pois tenho medo sofrer represálias do crime, pois no nosso país só eles têm direitos, e sei que logo o ladrão que me assaltou estará nas ruas)
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." Rui Barbosa
Diante disto fiz igual a todo cidadão desesperado faz, liga para o 190 e chama a policia, daí fiquei indignado, porque o telefonista da PM estava mais preocupado em fazer perguntas do que mandar logo a viatura. Fiz inúmeras ligações e passaram mais de 30 minutos e nada da viatura chegar e o telefonista só dizia “eu vou cadastrar sua ocorrência, senhor, e é só o senhor aguardar”. Eu lá queria saber de “cadastrar ocorrência”, eu queria uma viatura no meu trabalho. Passados exatos 48 minutos chegaram dois policiais em duas motos vieram em minha direção e eu não quis nem saber, já cheguei “soltando os cachorros” em cima dos policiais, quando um deles após me ouvir pacientemente, com muita calma e educação, me interrompeu e perguntou se tinha sido vítima de roubo, eu nem esperei ele terminar de falar e já respondi que sim e depois desta demora não precisava mais da polícia lá e que eles podiam ir embora e paciente policial militar com um semblante triste me respondeu: -“tudo bem senhor só que nós precisamos do senhor, porque um dos ladrões que roubou o mercado do senhor deparou com a viatura no momento em que os PM estavam vindo pra cá e baleou um dos nossos amigos e na troca de tiros foi baleado e está no hospital e por isso é necessário que o senhor nos acompanhe para fazer o reconhecimento e a gente conseguiu localizar R$ 465,00 com o outro ladrão que foi preso”.
A partir daí vi como sou uma pessoa medíocre e mesquinha, pois pensava só em mim e no meu dinheiro enquanto uma pessoa que eu nem me conhecia tomava tiro por mim e como sou idiota a ponto de pensar em reagir em um assalto achando que a arma era de brinquedo.
Chegando no hospital não estava mais preocupado com o meu dinheiro e nem com em reconhecer o ladrão que havia me roubado, estava preocupado com o estado de saúde do PM que havia sido baleado por mim, ou melhor, pela sociedade ingrata e injusta, que não reconhece o trabalho destes nobres profissionais. Fiquei sabendo que o policial estava bem e que iria passar por uma pequena cirurgia para retirar a bala que havia atingido e o ladrão que havia me roubado havia morrido.
Fiquei indignado (agora sim) quando cheguei ao plantão policial e vi pessoas gritando para os policiais na calçada: “assassinos, covardes” e minha indignação aumentou mais ainda quando os jornais do município e da região anunciaram: “policia mata pintor em troca de tiros”, e quando grandes jornais anunciam: “aumentou o número de mortos pela policia militar”. E o policial militar baleado, ninguém fala nada? O pai de família, assim como eu, é ferido ou morto, ninguém comenta?
Daí faço uma pergunta: quem está certo o policial que arrisca a vida para nos proteger, eu que, assim como todo o trabalhador, acordo cedo, inclusive nos finais de semana e dou um duro danado para sustentar a família ou o ladrão.
A partir daí resolvi conhecer melhor o trabalho destes valorosos homens indo ao quartel e conhecendo a sua central telefônica, onde fiquei impressionado com a quantidade ligações e a quantidade de trotes e de relatos que não são problemas de policia, daí vi a importância da quantidade de perguntas que aquele excelente profissional que atende o telefone me fez.
O pior de tudo e que não acabou ai, porque o policial que acertou o ladrão que baleou seu amigo está sendo processado pela morte do ladrão, foi afastado da rua, teve que mudar com sua família porque deram vários tiros na casa onde morava e ainda teve que ouvir do advogado do ladrão que o bandido era ele. Meu Deus! Desse jeito onde vamos parar?
Agora para me redimir o que me resta a fazer é dizer quanto sou grato aos Policiais Militares pelo seu trabalho, parabenizá-los e dizer sempre quando vejo uma viatura ou ouço uma sirene: “fiquem com DEUS meus grandes amigos e heróis”.
Augusto Silva
(nome fictício, pois tenho medo sofrer represálias do crime, pois no nosso país só eles têm direitos, e sei que logo o ladrão que me assaltou estará nas ruas)
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." Rui Barbosa
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Senai - Curso gratuito
Foi autorizado novo processo seletivo para os Cursos de Aprendizagem Industrial - Eletricista Instalador e Instalador Hidráulico (período da tarde)
com o seguinte cronograma:
Período de Inscrições
Das 8h do dia 12/12 às 20h do dia 29/12/2011 (escola)
Prova de Seleção
04/01/2012
Divulgação dos resultados (escola)
06/01/2012, a partir das 14h
Período de Matrículas:
Classificados (1ª chamada):6, 9, 10/01/2012;
Suplentes (2ª chamada):11/12/2011;
Pré-requisitos:
- ensino fundamental completo;
-idade entre 18 e 23 anos e que lhe permita terminar o curso (duração de 1 ano) antes dos 24 anos. (exceto para PCDs, que não tem idade máxima).
com o seguinte cronograma:
Período de Inscrições
Das 8h do dia 12/12 às 20h do dia 29/12/2011 (escola)
Prova de Seleção
04/01/2012
Divulgação dos resultados (escola)
06/01/2012, a partir das 14h
Período de Matrículas:
Classificados (1ª chamada):6, 9, 10/01/2012;
Suplentes (2ª chamada):11/12/2011;
Pré-requisitos:
- ensino fundamental completo;
-idade entre 18 e 23 anos e que lhe permita terminar o curso (duração de 1 ano) antes dos 24 anos. (exceto para PCDs, que não tem idade máxima).
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Atenção - Estágio remunerado - Confira

Atenção todos, Se você tem entre 14 a 24 anos, Não Perca. No dia 19 de Dezembro apartir das 14:00, o CIEE estará na escola Armando Cridey Riguett, oferecendo vagas para estagio remunerado no Programa Jovem Aprendiz Legal, serão muitas vagas a serem preenchidas e uma pode ser sua, compareça munido dos Documentos RG e CPF e faça sua inscrição.
Anote o Endereço e Compareça:
Escola Municipal Armando Cridey Riguett.
Rua, Cordão de São Francisco, Nº
Em Frente à Estação de Trem do Itaim Paulista
Data: 19/12/2011
Horário: as 14:00 as 15:00 e as 16:00.



Maiores Informações: Anderson Migri
Fone: 8444-9626 (oi)
E-mail, anderson.migri@gmail.com
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Sai ano entra ano. - Pe. Alfredo J. Gonçalves; Assessor das Pastorais Sociais
Sai ano entra ano...O que muda?
Pe. Alfredo J. Gonçalves; Assessor das Pastorais Sociais; Adital
Sai 2011, entra 2012... O que muda? Praticamente nada, se excluirmos as datas. O calendário das mudanças históricas não
é linear, seqüencial.
Ao contrário, avança e recua, de acordo com as mais diversas circunstâncias. Há décadas que se arrastam como séculos,
e há séculos em que as transformações se aceleram tão velozmente que os anos parecem dias.
Os historiadores falam, por exemplo, do "breve século XX” (Erica Hobsbawn, em Era dos Extremos) e, ao mesmo tempo,
de "Il lungo XX secolo” (Givanni Arrighi), conforme o enfoque da narrativa.
Mais perto do dia-a-dia, cada passagem de ano provoca uma euforia ou certo alvoroço, seguido de marasmo ou apatia.
O sinal mais evidente disso está justamente no show pirotécnico que se realiza à meia noite do dia 31 de dezembro por todos
os cantos do planeta: os fogos explodem em belas imagens de luzes e cores, mas em poucos segundos não passam de cinza
apagada e morta. A correria do consumo e das festas rapidamente dá ligar ao período da ressaca e das dívidas.
Como a maré que esbraveja ruidosamente contra as areias da praia, para depois recuar lenta e silenciosa.
A pergunta é: o que permanece de tudo isso? O que nos deixa como legado esse dinamismo substituído pela indiferença que,
a cada ano, parece repetir-se em nossa trajetória? O calendário, seja ele solar, civil, político ou litúrgico, tem como função
determinar o ritmo da vida.
Nenhuma pessoa, povo ou cultura suporta um tempo indeterminado e abissal, sem marcos que regulem seu transcorrer
silencioso. Tememos esse monstro, se não o temos devidamente controlado.
As datas fixas do calendário deixam entrever os batimentos cardíacos de um tempo domesticado.
Mas deixam entrever, sobretudo, a necessidade humana de imprimir onde no caos. Da mesma forma que o coração humano,
também o coração da história bate em sua própria cadência e pode, igualmente, sofrer aceleração, arritmia, cansaço e até
paradas súbitas.
Aqui entra o tema da ação social em suas variadas formas e iniciativas. Ela pode retardar ou acelerar o ritmo da história,
independentemente do calendário fixo na parede dos escritórios e salas.
As últimas décadas, no Brasil, exibem certa perplexidade e desinteresse quanto ao engajamento sociopolítico.
O desestímulo parece ter tomado o lugar do entusiasmo militante e marcante das décadas anteriores.
O foco da justiça, do direito e do bem-estar social dos anos 1960 até 1980 foi substituído, hoje em dia,
pelo fogo do bem-estar pessoal, individual. O culto à satisfação do "eu”, do corpo e da celebridade manifestam um
hedonismo e individualismo mal disfarçados. O importante "é estar numa boa”.
A ética do trabalho, do dever e do compromisso vai, progressivamente, dando lugar à ética do prazer.
No caso do Movimento Social tomando em seu conjunto, o desencanto tem muito a ver com os entraves ao que se
convencionou chamar de "Projeto Popular para o Brasil” (PPB). De uma forma ou de outra,
o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) contribuiu para pulverizar os esforços coletivos em torno à construção de um
esboço de projeto popular. Semelhante esboço tem seu berço em vários igarapés dos anos 1970, tais como a prática das
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e a reflexão teórica da Teologia da Libertação (TdL), movimentos sindicalistas e
estudantis, aporte dos intelectuais orgânicos, movimentos sociais, etc. Igarapés que no início de 1980 vão formar o grande
rio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do PT.
Nas décadas de 80 e 90, dois projetos se lutam pela tomada do poder: projeto neoliberal e projeto popular.
No interior de tudo isso, e avançado para a década de 2000, prosseguem o processo de reflexão das Semanas Sociais Brasileiras
(SSBs), das Consultas Populares (plebiscitos), da Assembleia Popular, do Grito dos Excluídos, da Campanha Jubileu Sul,
entre tantas outras iniciativas.
Porém, a partir do momento em que o PT assume o Palácio do Planalto, por distintos fatores, motivações e circunstâncias
que o espaço e o tempo não permitem detalhar, o PPB se desagrega pouco a pouco, não conseguindo pautar a agenda do
governo federal. O acúmulo de reflexão adquirida ao longo de várias décadas começa a erodir-se.
Escorrega entre os dedos, através de posturas diferentes, às vezes ambíguas e atônitas e até mesmo contraditórias.
Também as Igrejas (no plural) tiveram um papel tímido nesse processo de esfarelamento do poder popular.
O seu silêncio, às vezes ensurdecedor frente a situações de extrema gravidade, de certa forma consagra e legitima a apatia
que se reflete nas ações sociais. Pior ainda quando a tal silêncio se acrescenta uma postura ativa de volta à sacristia e à
doutrina, ao dogma e à pompa principesca por parte de não poucos setores eclesiais.
Além disso, no interior mesmo dos movimentos sociais, das entidades e organizações não governamentais, das pastorais,
associações e de outras iniciativas de caráter originalmente popular, não raro se desenvolve certo
"profissionalismo de laboratório” que afasta e desestimula o "trabalho de formiguinha”.
Isso para não falar de outros "ismos”, como centralismo, machismo, nepotismo, falta de transparência na administração
financeira... Nesse campo, não é difícil que planetas virem estrelas e estas não sabem mais (ou não querem) retornar ao
trabalho de base.
Obviamente a passagem de ano não traz transformações automáticas. Nos avanços e recuos da história não há magia.
Aliás, tanto a economia como a política brasileira não parecem dispostas a mudar o rumo do modelo neoliberal vigente.
Mudanças de superfície, sim, aparecem a todo o momento, acompanhadas de eloquente retórica.
Mas não mudanças profundas e substanciais. Estas, aliás, como bem sabemos, não costumam descer do alto (ou do planalto),
mas da planície ou do chão, a exemplo das flores, das espigas e dos edifícios.
São como as sementes: primeiro, mergulham suas raízes no solo frio e úmido da realidade; só depois se erguem em direção ao
sol, ao céu azul e ao ar livre. Deixemos no ar uma pergunta incômoda: em 2012 podemos esperar que as políticas públicas
superem as políticas compensatórias e que o projeto de poder dê lugar a um projeto de nação?
Pe. Alfredo J. Gonçalves; Assessor das Pastorais Sociais; Adital
Sai 2011, entra 2012... O que muda? Praticamente nada, se excluirmos as datas. O calendário das mudanças históricas não
é linear, seqüencial.
Ao contrário, avança e recua, de acordo com as mais diversas circunstâncias. Há décadas que se arrastam como séculos,
e há séculos em que as transformações se aceleram tão velozmente que os anos parecem dias.
Os historiadores falam, por exemplo, do "breve século XX” (Erica Hobsbawn, em Era dos Extremos) e, ao mesmo tempo,
de "Il lungo XX secolo” (Givanni Arrighi), conforme o enfoque da narrativa.
Mais perto do dia-a-dia, cada passagem de ano provoca uma euforia ou certo alvoroço, seguido de marasmo ou apatia.
O sinal mais evidente disso está justamente no show pirotécnico que se realiza à meia noite do dia 31 de dezembro por todos
os cantos do planeta: os fogos explodem em belas imagens de luzes e cores, mas em poucos segundos não passam de cinza
apagada e morta. A correria do consumo e das festas rapidamente dá ligar ao período da ressaca e das dívidas.
Como a maré que esbraveja ruidosamente contra as areias da praia, para depois recuar lenta e silenciosa.
A pergunta é: o que permanece de tudo isso? O que nos deixa como legado esse dinamismo substituído pela indiferença que,
a cada ano, parece repetir-se em nossa trajetória? O calendário, seja ele solar, civil, político ou litúrgico, tem como função
determinar o ritmo da vida.
Nenhuma pessoa, povo ou cultura suporta um tempo indeterminado e abissal, sem marcos que regulem seu transcorrer
silencioso. Tememos esse monstro, se não o temos devidamente controlado.
As datas fixas do calendário deixam entrever os batimentos cardíacos de um tempo domesticado.
Mas deixam entrever, sobretudo, a necessidade humana de imprimir onde no caos. Da mesma forma que o coração humano,
também o coração da história bate em sua própria cadência e pode, igualmente, sofrer aceleração, arritmia, cansaço e até
paradas súbitas.
Aqui entra o tema da ação social em suas variadas formas e iniciativas. Ela pode retardar ou acelerar o ritmo da história,
independentemente do calendário fixo na parede dos escritórios e salas.
As últimas décadas, no Brasil, exibem certa perplexidade e desinteresse quanto ao engajamento sociopolítico.
O desestímulo parece ter tomado o lugar do entusiasmo militante e marcante das décadas anteriores.
O foco da justiça, do direito e do bem-estar social dos anos 1960 até 1980 foi substituído, hoje em dia,
pelo fogo do bem-estar pessoal, individual. O culto à satisfação do "eu”, do corpo e da celebridade manifestam um
hedonismo e individualismo mal disfarçados. O importante "é estar numa boa”.
A ética do trabalho, do dever e do compromisso vai, progressivamente, dando lugar à ética do prazer.
No caso do Movimento Social tomando em seu conjunto, o desencanto tem muito a ver com os entraves ao que se
convencionou chamar de "Projeto Popular para o Brasil” (PPB). De uma forma ou de outra,
o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) contribuiu para pulverizar os esforços coletivos em torno à construção de um
esboço de projeto popular. Semelhante esboço tem seu berço em vários igarapés dos anos 1970, tais como a prática das
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e a reflexão teórica da Teologia da Libertação (TdL), movimentos sindicalistas e
estudantis, aporte dos intelectuais orgânicos, movimentos sociais, etc. Igarapés que no início de 1980 vão formar o grande
rio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do PT.
Nas décadas de 80 e 90, dois projetos se lutam pela tomada do poder: projeto neoliberal e projeto popular.
No interior de tudo isso, e avançado para a década de 2000, prosseguem o processo de reflexão das Semanas Sociais Brasileiras
(SSBs), das Consultas Populares (plebiscitos), da Assembleia Popular, do Grito dos Excluídos, da Campanha Jubileu Sul,
entre tantas outras iniciativas.
Porém, a partir do momento em que o PT assume o Palácio do Planalto, por distintos fatores, motivações e circunstâncias
que o espaço e o tempo não permitem detalhar, o PPB se desagrega pouco a pouco, não conseguindo pautar a agenda do
governo federal. O acúmulo de reflexão adquirida ao longo de várias décadas começa a erodir-se.
Escorrega entre os dedos, através de posturas diferentes, às vezes ambíguas e atônitas e até mesmo contraditórias.
Também as Igrejas (no plural) tiveram um papel tímido nesse processo de esfarelamento do poder popular.
O seu silêncio, às vezes ensurdecedor frente a situações de extrema gravidade, de certa forma consagra e legitima a apatia
que se reflete nas ações sociais. Pior ainda quando a tal silêncio se acrescenta uma postura ativa de volta à sacristia e à
doutrina, ao dogma e à pompa principesca por parte de não poucos setores eclesiais.
Além disso, no interior mesmo dos movimentos sociais, das entidades e organizações não governamentais, das pastorais,
associações e de outras iniciativas de caráter originalmente popular, não raro se desenvolve certo
"profissionalismo de laboratório” que afasta e desestimula o "trabalho de formiguinha”.
Isso para não falar de outros "ismos”, como centralismo, machismo, nepotismo, falta de transparência na administração
financeira... Nesse campo, não é difícil que planetas virem estrelas e estas não sabem mais (ou não querem) retornar ao
trabalho de base.
Obviamente a passagem de ano não traz transformações automáticas. Nos avanços e recuos da história não há magia.
Aliás, tanto a economia como a política brasileira não parecem dispostas a mudar o rumo do modelo neoliberal vigente.
Mudanças de superfície, sim, aparecem a todo o momento, acompanhadas de eloquente retórica.
Mas não mudanças profundas e substanciais. Estas, aliás, como bem sabemos, não costumam descer do alto (ou do planalto),
mas da planície ou do chão, a exemplo das flores, das espigas e dos edifícios.
São como as sementes: primeiro, mergulham suas raízes no solo frio e úmido da realidade; só depois se erguem em direção ao
sol, ao céu azul e ao ar livre. Deixemos no ar uma pergunta incômoda: em 2012 podemos esperar que as políticas públicas
superem as políticas compensatórias e que o projeto de poder dê lugar a um projeto de nação?
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
“Importância dos Consegs na Sociedade Civil Organizada”
CONSEG - A. E. CARVALHO ,vinculado a Coordenadoria Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança, que se encontra vinculado a Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Publica –
Nas dependências do Centro Educacional – Fatec - Leste, Bairro C.A.E.Carvalho, São Paulo, Capital, onde Discussão sobre o Seminário que será composto por todos os Consegs, da 7ª Seccional, realizou-se e com a presença dos titulares de 3 Consegs, e Membros Natos dos mesmos além de representantes do CPAM/4 - Representante do Delegado Titular da 7ª Seccional, reprentante do 2ºBPM, Representante da GCM –
Sub – Prefeitura de Ermelino Matarazzo, do SPTRANS,
Representantes da Mídia local e de outros bairros, os presentes manifestaram unanimemente a importância de um Seminário em nossa região versando sobre a “Importância dos Consegs na Sociedade Civil Organizada”,
e ficou acordado que cada um estará buscando parceiros para comporem este seminário, que ficou agendado em princípio para o mês de Março de 2012.
Encerrada a reunião os Membros presentes participaram de um coquetel, que transcorreu em clima de intensa cordialidade
Nas dependências do Centro Educacional – Fatec - Leste, Bairro C.A.E.Carvalho, São Paulo, Capital, onde Discussão sobre o Seminário que será composto por todos os Consegs, da 7ª Seccional, realizou-se e com a presença dos titulares de 3 Consegs, e Membros Natos dos mesmos além de representantes do CPAM/4 - Representante do Delegado Titular da 7ª Seccional, reprentante do 2ºBPM, Representante da GCM –
Sub – Prefeitura de Ermelino Matarazzo, do SPTRANS,
Representantes da Mídia local e de outros bairros, os presentes manifestaram unanimemente a importância de um Seminário em nossa região versando sobre a “Importância dos Consegs na Sociedade Civil Organizada”,
e ficou acordado que cada um estará buscando parceiros para comporem este seminário, que ficou agendado em princípio para o mês de Março de 2012.
Encerrada a reunião os Membros presentes participaram de um coquetel, que transcorreu em clima de intensa cordialidade
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