terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O drama dos resíduos sólidos urbanos

O drama dos resíduos sólidos urbanos

Há algum tempo atrás tomamos conhecimento do acidente ocorrido no aterro sanitário de Itaquaquecetuba, aqui perto, que é para onde vai parte do nosso lixo do dia-a-dia. Está certo que o aterro vinha operando já algum tempo de forma irregular e fora dos padrões exigidos pela legislação de saúde e ambiental conforme atesta várias medidas tomadas pela CETESB.
A lembrança serve de introdução para refletirmos sobre nossas responsabilidades na geração de lixo de forma excessiva e desnecessária, entretanto, esse ponto ficará para ser abordado em outra oportunidade.
A geração e destino dos Resíduos Sólidos Urbanos - RSU para as prefeituras municipais são uma problema constante de natureza estética, sanitária, econômica e legal e, em geral, costuma ter alta prioridade. Para os municípios de pequeno porte são fatores como escassez de recursos, falta de técnicos e equipamentos que contribuem para que os RSU não tenham a destinação adequada, que no Brasil, ainda é o Aterro Sanitário.
Os problemas do lixo são de ordem: estética; de maus odores; poluição do ar com os gases metano, CO2, mercúrio, dioxinas e outros; contaminação do solo com metais pesados e da água com o chorume; hospeda vetores de inúmeras doenças graves; contribuem para a existência de animais que vivem do lixo; entopem bueiros, canais e córregos quando das enxurradas. Provocam ainda perfurações, cortes e doenças em catadores e podem provocar a combustão espontânea gerando incêndios.
Pensar o lixo
Desde a metade do século passado as técnicas de destinação dos RSU (lixo) evoluíram muito pouco. A forma dos aterros sanitários não muda. É sempre o mesmo, uma depressão de terrenos onde se joga todo tipo de lixo misturado. Em seguida é compactado com trator e recoberto com terra. Isso vai até a lotação máxima do aterro, anos depois.
Desde o início, a chuva penetra, se transforma em chorume _ líquido mal cheiroso que lado a lado com a vinhaça da cana-de-açúcar é o maior poluente conhecido e contamina o lençol freático. Os gases gerados pela matéria orgânica que se perdem contaminam a atmosfera quando não provoca incêndios.
Porque então não cobrir o aterro com uma manta plástica? De sobra ainda poderia se aproveitar a água que cai para outros fins com retorno econômico. Porque então não impermeabilizar previamente o aterro com manta de polietileno usada em piscicultura? E se não podemos impedir que se produza, por que não tratá-lo? Sua evaporação em tambores de petróleo vazio (tendo como combustível o próprio gás metano produzido no aterro); por eletrofloculação ou mesmo em lagoas de estabilização são métodos econômicos e eficazes.
Se aves, animais e pessoas que povoam os lixões são indesejáveis, por que não cobrí-los com tela de plástico ou metal? Se as camadas que formam “sanduiches” de terra nos aterros ocupam grande parte do seu volume, porque não substituí-la por uma massa verde de folhas e ramos de árvores resultantes da poda; aparas de grama. Restos de culturas agrícolas ou folhas de eucalipto que neste caso ajudaria a afastar os ratos e os problemas com o cheiro. Além é claro de acelerar a compostagem. A compactação ou trituração do lixo, antes de sua deposição para ocupar melhor e menores espaços seria alternativa.
Por fim, é sabido que os gases produzidos no aterro pela decomposição da matéria orgânica podem ser totalmente aproveitados para geração de energia elétrica. Afinal, porque essas práticas não se espalham por todo o Brasil?
Soluções viáveis
Como visto o aterro sanitário ainda pode ser viável, mas urge tomas outras medidas, tais como: reciclagem; compostagem; redução do consumo (de bens); incineração em altas temperaturas; artesanato do lixo; uso dos gases em veículos e turbinas (geração de eletricidade); autoclavagem e compressão (lixo hospitalar); entre outras.  (JMN)

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