domingo, 8 de julho de 2012
Seminário mostra como redes sociais na internet têm interferido na política
Marcelo Minutti, Fernando Cesar Mesquita, Alexandre Oltramari e
Demétrius Bicalho analisaram as novas mídias
Uma guitarra quebrada no voo entre Halifax, no Canadá, e Chicago, nos Estados Unidos, gerou um dos maiores hits do YouTube: United breaks guitars [United quebra guitarras], com o músico Dave Carroll cantando suas desventuras. Esse vídeo foi citado, no 2º Seminário de Política e Novas Mídias, promovido sexta-feira pelo Senado no auditório do Interlegis, como uma das regras do gerenciamento de crises: não subestimar o poder das redes sociais.
Os palestrantes Marcelo Minutti e Alexandre Oltramari defenderam atenção permanente na web para detectar o surgimento de movimentos capazes de afetar a credibilidade de instituições e marcas.
Segundo Minutti, a reação nas seis primeiras horas pode reduzir o impacto negativo, desde que observadas algumas regras, como transparência e esclarecimento completo. Ele disse que a crise atinge o ápice em 24 horas, quando os posts são captados pelas ferramentas de buscas, como o Google.
Minutti recomendou que empresas e pessoas citadas em posts críticos falem tudo para “não deixar ponta solta”, o que poderia abalar a credibilidade. Na opinião dele, nas redes sociais nenhum problema é suficientemente pequeno para ser subestimado.
Oltramari fez uma série de recomendações sobre condutas a serem evitadas numa crise. A primeira: não se deixar surpreender pelos fatos, ou seja, ter um mapa dos riscos reais e potenciais do negócio.
Foi a ausência dessa ferramenta que, em sua avaliação, pautou a reação da empresa norte-americana Chevron diante do vazamento de 2.400 barris de petróleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, em novembro de 2011.
Outro problema, disse Oltramari, é a estratégia de “bancar avestruz”: o silêncio potencializa a crise. Ele também citou como erro partir para o ataque em vez de se defender. O ataque sem respostas, em sua avaliação, reforça para o público a percepção de culpa.
O 2º Seminário de Política e Novas Mídias, promovido pela Secretaria Especial de Comunicação Social do Senado (Secs), foi aberto pelo diretor do órgão, Fernando Cesar Mesquita.
Jornal do Senado
(Reprodução autorizada mediante citação do Jornal do Senado)
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