segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Gases do efeito estufa demoram para diminuir mesmo em recessão

As emissões dos gases que provocam o efeito estufa aumentam quando as economias se expandem, mas não caem tão rapidamente quando chega a recessão, talvez porque as pessoas estejam acostumadas com o estilo de vida dos bons tempos, mostrou um estudo. O estudo, divulgado na edição de segunda-feira (8) da revista Nature Climate Change, é um balde de água fria para muitos governos que acreditam que a recessão pode ao menos trazer o consolo de uma contração acentuada nas emissões dos gases do efeito estufa. As emissões de dióxido de carbono, o principal gás do efeito estufa, aumentaram em média 0,73% para cada 1% de crescimento no produto interno bruto (PIB) per capita, segundo pesquisa de Richard York, da Universidade do Oregon. Mas as emissões caíram apenas 0,43% para cada por cento de declínio no PIB per capita, ressaltou York, que usou estatísticas do Banco Mundial para mais de 150 países de 1960 a 2008. “O declínio econômico (…) não leva a uma queda tão grande nas emissões se comparado à quantidade que o crescimento econômico provoca no aumento das emissões”, disse York à Reuters. Ele disse que a diferença pode ser explicada pela infraestrutura que surge durante épocas de crescimento econômico – novas casas, estradas ou fábricas – e que continua em uso durante a recessão. Mudanças - “Quando as economias entram em declínio, as fábricas não param imediatamente, as pessoas não deixam de dirigir (embora elas possam adiar a compra de um novo carro)”, exemplificou em um e-mail. E muitos imóveis novos ainda precisam de aquecimento ou ar-condicionado. Mesmo desde 1990, quando muitos países desenvolvidos começaram a tentar reduzir seus gases de efeito estufa sob um tratado da ONU, as emissões também caíram menos em recessão do que aumentaram quando a economia crescia, apontou ele. York disse que os economistas talvez tenham que repensar como projetam o crescimento futuro do dióxido de carbono. A maioria dos estudos garante que o PIB e as emissões andam juntos, para cima ou para baixo. O estudo “não sugere necessariamente que as emissões futuras vão ser de modo geral mais altas ou mais baixas do que as projeções atuais, mas sugere que isso vai depender de forma as economias crescem ou encolhem”, salientou. “Não importa apenas o tamanho do PIB no futuro, mas como ele chegou a esse tamanho, como crescimento constante e lento ou períodos de rápido crescimento misturados com recessão”, explicou. (Fonte: Portal Terra)

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