segunda-feira, 15 de outubro de 2012

USP São Carlos desenvolve concreto sustentável de resíduos industriais

Um concreto idealizado pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP em São Carlos (SP) substitui os materiais tradicionais que o compõem por componentes reaproveitados. O produto faz parte do estudo que investiga a reutilização, ou reciclagem, de resíduos sólidos industriais na construção civil. Veja galeria de fotos do produto O concreto tradicional emprega cimento, areia e pedra, enquanto o sustentável substitui 70% da areia natural por areia de fundição (utilizada em moldes nos processos de peças metálicas) e 100% da pedra por escória de aciaria (resíduo que sobra da produção do aço). “As vantagens para o meio ambiente são evitar o descarte inadequado de resíduos sólidos industriais, o que pode causar contaminação de solos e águas subterrâneas, e proporcionar a economia de recursos naturais”, explica o engenheiro eletricista Javier Mazariegos Pablos, autor do estudo. Os resíduos industriais não podem sofrer descarte comum, pois são nocivos ao meio ambiente. Os materiais só podem ser dispostos em aterros específicos e o valor é elevado (cerca de R$ 200,00 a tonelada). O novo produto evita o descarte e elimina o custo para as indústrias. Pavimentação – Enquanto o concreto tradicional é empregado para fins estruturais, o novo produto foi desenvolvido para a fabricação de peças para pavimentação. Ele pode ser usado em guias, mobiliário urbano e na execução de contrapisos e calçadas. O preço e o custo do concreto dependem do valor dos resíduos sólidos empregados, explica Pablos, que estuda a reutilização das areias de fundição aglomeradas com argila na construção civil desde 1993. O desenvolvimento do concreto envolveu também o estudo do resíduo constituído por escórias e foi iniciado em 2009. “O concreto pode ser comercializado a qualquer momento, somente estamos esperando a manifestação de interesse de alguma empresa para que possamos firmar um convênio de transferência de tecnologia”, diz o docente da USP. O material já tem um número provisório de patente. O registro é concedido pelo órgão governamental Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A partir de agora, eles vão verificar em todo o mundo se já existe algum outro produto com essas mesmas características. Se for verificado que não, o concreto receberá a patente definitiva. “Os ensaios são os determinados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para cada finalidade. Inicialmente, empregamos o concreto na fabricação de peças para pavimentação (bloquetes), os quais atenderam a todos os requisitos estabelecidos pela norma brasileira referente”, explica o autor do estudo. (Fonte: Fabio Rodrigues/ G1)

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