segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Pequenos empresários defendem pulverização do microcrédito
Durante audiência pública promovida pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, nesta quarta-feira (18), o secretário da Secretaria da Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa do Rio Grande do Sul (Sesampe), Mauricio Alexandre Dziedricki, assinalou que é necessário pulverizar os recursos e gerar a inclusão produtiva daqueles que não são reconhecidos pelos governos federais e municipais.
No encontro que reuniu líderes das principais empresas de financiamento de linha crédito para discutir ações que incentivem a participação do Estado na parceria com o microempreendedor, Maurício Alexandre ressaltou ainda que os empresários de pequeno porte devem cada vez mais ter a chance de poder estabelecer seu negócio. “Eles precisam alcançar créditos que sejam subsidiados pelo governo do Estado a uma taxa de juros de 0.41% ao mês e que oportunize valores que vão de R$ 100 a R$15 mil para compra de equipamento e capital de giro".
O deputado Vicentinho (PT-SP) destacou que é preciso priorizar e valorizar esse segmento que é importante para a economia do País. "Nós queremos assumir com os senhores e senhoras o nosso compromisso de ser porta-voz, de ser ecos desse importante interesse da nossa comunidade. Não tem coisa melhor do que o lucro partir dos pequenos".
Negócio próprio
Segundo o parlamentar, esse investimento promove o desenvolvimento acelerado de pequenos empreendedores que decidem abrir o seu próprio negócio.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred), Almir da Costa Pereira, os empréstimos variam de R$ 300 a R$ 5 mil e são destinados principalmente para as pessoas que decidem abrir seu próprio negócio. "O conceito do microcrédito é crédito de proximidade, então as oscips [organizações da sociedade civil de interesse público] de microcrédito atendem os clientes onde eles estão trabalhando."
De acordo com a coordenadora-geral do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado do Ministério do Trabalho e Emprego, Lucilene Estevam Santana, a sociedade precisa se desenvolver socialmente para retirar da exclusão quem está fora do mercado financeiro. "O povo brasileiro tem uma característica nata de empreender, então essa procura pelo microcrédito é o reflexo disso. Essa é a característica do nosso povo."
As mulheres são as principais interessadas no financiamento e assumem 61% dos créditos, e na sua grande maioria para a área de alimentação e artesanato.
Da Redação – RCA
Colaboração – Lidyane Barros
'Agência Câmara Notícias'
Poluição dos veículos causa 4,6 mil mortes ao ano em São Paulo
A poluição provocada pelos veículos em São Paulo causa 4,6 mil mortes por ano na maior cidade do país, um número três vezes maior que o de mortos em decorrência de acidentes de trânsito, de acordo com relatório divulgado neste domingo em meio à realização do Dia Mundial sem Carro.
Segundo a pesquisa do Instituto Saúde e Sustentabilidade, esse tipo de poluição é responsável pela redução de 1,5 ano de vida da população na região metropolitana de São Paulo, que concentra em seus 38 municípios mais de 20 milhões de pessoas.
O custo para o atendimento de pacientes tratados por doenças causadas pela poluição veicular, de acordo com o estudo, pode chegar a cada ano a R$ 1 bilhão.
A diretora-executiva do instituto, Evangelina Vormittag, afirmou à Agência Efe que as medidas adotadas pelo município, como a adesão neste domingo ao Dia Mundial sem Carro e o estudo para implementar a cobrança de pedágios no centro da cidade, são também um assunto de saúde pública.
Na atividade de hoje, que acompanha a Virada Esportiva, uma jornada contínua de 48 horas de atividades esportivas em ruas, estádios, parques e outros espaços da cidade, São Paulo restringiu o trânsito de veículos em 60 ruas e avenidas do centro, para dar espaço a bicicletas, patins e skates.
“Com a restrição do tráfego de veículos e levar as pessoas a usarem um transporte fisicamente mais ativo, como as bicicletas ou o simples fato de caminhar, existe uma redução das taxas de colesterol, e com um maior controle da obesidade haverá menos doenças”, disse Evangelina.
A falta de mobilidade e o alto fluxo veicular têm, segundo a pesquisadora, efeitos nos níveis de estresse e ansiedade das pessoas, que passam a tolerar menos o barulho e o tempo perdido nos engarrafamentos.
“Esse tempo perdido no trânsito poderia ser aproveitado para a recreação, o exercício físico, a convivência familiar ou em mais e melhores horas de sono”, destacou a especialista.
O urbanista e professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (USP), João Sette Whitaker, considerou em entrevista à Efe o contexto da cidade é “problemático”.
“O assunto de São Paulo é complicado porque estamos falando de um modelo que foi durante um século permanente e pensado em sua estrutura em função do automóvel”, salientou Whitaker.
Para o professor, “quando isso colapsa e começa a perturbar a classe média, surge então a questão de mobilidade em discussão e se descobre que o modelo de mobilidade estruturado nos carros era insustentável”.
No entanto, Whitaker considera que não é o momento para pensar em uma restrição permanente de veículos no centro da cidade, devido a que uma proposta nesse sentido só funcionaria com o melhoramento do serviço de transporte público.
“Este dia (o Dia Mundial sem Carro) funciona como um sinalizador de que esta perspectiva pode ser pensada para o futuro”, finalizou. (Fonte: Terra)
Cultura aprova regulamentação do ofício de artesão
A Comissão de Cultura aprovou, na quarta-feira (18), o Projeto de Lei 7755/10, do Senado, que reconhece a profissão de artesão e traz as diretrizes para as políticas públicas de apoio, crédito e aperfeiçoamento do setor. De acordo com a proposta, artesão é toda pessoa que exerce atividade predominantemente manual, realizada de forma individual, associada ou cooperativa.
A relatora, deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), defendeu a aprovação do texto. Segundo ela, as medidas constantes do projeto atendem às reivindicações centrais da categoria. “É consenso a necessidade de promover imediatamente o reconhecimento da profissão de artesão, para que tenha visibilidade e políticas públicas de fomento”, sustentou.
Incentivos
Entre as ações que a União deverá adotar para o setor, a proposta prevê a destinação de linha de crédito especial para o financiamento da comercialização da produção artesanal. O governo também deverá facilitar a aquisição de matéria-prima e de equipamentos.
Caberá ainda ao Poder Público a integração dessa atividade em programas de desenvolvimento econômico e social; a qualificação e o estímulo ao aperfeiçoamento dos métodos de produção; e a identificação de novos mercados.
Tramitação
O projeto, que tramita em regime de prioridade, seguirá para análise conclusiva das comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta:
PL-7755/2010
Reportagem – Maria Neves
Edição – Marcelo Oliveira
'Agência Câmara Notícias'
Uma superpotência em greve
Em uma noite durante o longo e quente verão de 1940 em Washington, enquanto os americanos debatiam a melhor maneira de lidar com a guerra na Europa, o senador Claude Pepper, da Flórida, recebeu uma ligação da polícia lhe perguntando o que deveria ser feito com sua estátua. Após um momento de choque, Pepper ficou sabendo que um boneco em tamanho natural batizado com o seu nome fora pendurado por uma forca em um carvalho em frente ao Senado, antes de ser arrastado em torno do Capitólio Estadual amarrado a um carro. O linchamento foi executado por senhoras de chapéu irritadas: eram integrantes de um movimento de mães isolacionistas, mobilizadas devido à sua declaração de que o serviço militar deveria ser obrigatório para homens.
Os políticos não estavam muito mais calmos. Senadores de lados opostos se acusaram de se aproveitar da guerra para auferir lucros. Uma briga aconteceu na Câmara após um seu membro ter chamado a outro de traidor. Mesmo enquanto forças alemãs se expandiam pela Europa um líder da facção isolacionista do partido republicano, o senador Robert Taft, de Ohio, declarou que as políticas estatizantes do presidente Franklin Roosevelt eram mais perigosas que o nazismo.
Tais cenas ensejam a avaliação do debate de hoje em dia – em geral cordial – a respeito da Síria. Os EUA não estão experimentando 1940 mais uma vez: ano capturado de forma vibrante em dois novos livros de história, “Those Angry Days” de Lynne Olson e “1940″ de Susan Dunn. Ainda assim, ecos potentes podem ser ouvidos. Os pais fundadores da república aconselharam os americanos a serem cautelosos diante de conflitos internacionais. As suspeitas em relação a pedidos de intervenção variaram de intensidade desde então, aumentando muito em momentos de fadiga de guerra. 1940, portanto, marcou um momento que pode ser visto como o ponto alto do isolacionismo em sua forma mais pura. Naquela época, assim como hoje, oponentes da intervenção militar vinham da direita e da esquerda, forjando uma aliança desconfortável em resposta às dolorosas memórias de combates recentes.
Pesquisas de opinião revelam que maiorias significativas dos americanos creem que o regime de Assad provavelmente tenha usado armas químicas contra civis, mas a maioria ainda assim se opõe a uma intervenção americana. Assim como em 1940, muitos americanos estão fartos de tentativas de consertar o mundo muçulmano, assim como seus avós se sentiam fartos de tentativas de consertar a Europa.
Fontes: The Economist-A superpower on strike
Gelo no ártico está maior que em 2012, mas deve desaparecer até 2050
Após um verão incomum, mais gelado nas latitudes mais ao norte do planeta, a camada de gelo do ártico atingiu seu menor tamanho no ano em 13 de setembro de 2013, 5,1 milhões de quilômetros quadrados, anunciou o Centro de Dados Nacionais sobre Neve e Gelo dos EUA, que usa dados da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), baseada na Universidade de Colorado, em Boulder. O número é o sexto menor desde que as medições começaram em 1979.
Apesar disto, os 5,1 milhões de km estão muito acima do mínimo histórico atingido em 2012 – em 16 de setembro do ano passado a camada tinha apenas 3,41 milhões de km. Com isto, muitos céticos do clima apareceram para negar o aquecimento global e falar que o gelo do ártico estava aumentando.
O fato é que todo ano, no verão, o ártico atinge seu menor ponto. Já era sabido que este ano haveria mais gelo no ártico nesta época do ano do que no ano passado, mas ainda assim, o valor é metade da média dos mínimos de 1981 a 2010.
“Em março, temos a época de máximo gelo no ártico, no inverno. E neste ano tivemos uma das dez menores camadas máximas”, contou Fabiana Alves, coordenadora da Campanha de Polar do Greenpeace Brasil. Alves explica que já era esperado que neste ano o tamanho mínimo fosse maior do que em 2012, mas que em 2050 pode não haver mais gelo no polo Norte se continuarmos no atual ritmo de emissão de CO2. A informação é confirmada pela Nasa e pelo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
O mínimo deste ano segue a tendência de redução na calota de gelo no polo Norte de 12% por década desde o final da década de 70, um declínio que se acentuou em 2007. “Eu esperava que este ano teríamos mais gelo que no ano passado”, disse Walt Meier, glaciologista da Nasa. “Há sempre uma tendência de crescimento após um nível muito baixo, nos nossos dados de satélite, o gelo do ártico nunca bateu recordes mínimos em anos consecutivos”.
“A comparação não pode ser de um ano para outro. Só porque de um ano para outro não houve decréscimo, não justifica dizer que não há diminuição de gelo na área. Estudos feitos de 1969 a 2011 confirmam que houve uma perda de 3/4 da calota de gelo do ártico. E de 2000 a 2012, foram batidos recordes ano a ano de menor tamanho do gelo”, explica a coordenadora.
“Os estudiosos veem o ártico como algo palpável para medir o aquecimento global. E o fato é que ele encolheu 3/4 nos últimos 30 anos. É assustador, ainda mais com a maior emissão de CO2″, destaca a coordenadora.
Neste verão, as temperaturas do ártico ficaram de 1 a 2,5ºC mais baixas do que na média, de acordo com a Nasa. As temperaturas mais frias são consequência de uma série de ciclones de verão. Em agosto de 2012, uma grande tempestade fez o gelo derreter, mas neste ano ocorreu o contrário: ventos de superfície espalharam o gelo por uma área maior. Entretanto, a camada nunca foi tão fina.
Hoje, a camada de gelo no ártico é 50% mais fina do que em décadas anteriores, com uma espessura média de 3,8 metros em 1980 e 1,9 metro nos últimos anos. A calota vem perdendo camadas de gelo mais antigas e mais espessas, que estão sendo substituídas por camadas mais finas e sazonais.
O oceano ártico costumava ser coberto por camadas de gelo feitas em vários anos, que sobreviviam a vários verões. Mas são estas camadas que hoje diminuem a uma taxa mais rápida até do que as camadas mais novas e finas, e estão relegadas basicamente a uma faixa na Groenlândia. O volume total caiu 36% no outono e 9% no inverno de 2003 a 2012, de acordo com a Agência Espacial Europeia.
A região é de importância estratégica internacional porque é rota marítima – sem o gelo, custos logísticos seriam menores, lembra Alves – e acredita-se que tenha 90 bilhões de barris de petróleo. “Hoje não tem muito mais onde procurar petróleo. Cerca de 90% do petróleo do mundo pertencem a nações. E esta é uma área não convencional, que poderia ser explorada pelas grandes empresas já que não há lei que impeça sua exploração privada”, conclui a ambientalista.
Aquecimento global – Além disso, é importante destacar que o aquecimento não produz só mais calor em todo o planeta, mas eventos climáticos mais extremos, mais calor no verão, mais frio no inverno, secas e chuvas mais fortes. “As mudanças climáticas são marcadas por catástrofes climáticas, são extremos, com secas maiores no nordeste e inundações com o aumento do nível do mar, por exemplo”.
O aumento da temperatura em 4ºC até 2100 já é uma verdade aceita pelos cientistas pela emissão de gases do efeito estufa. Com isso, calcula-se um prejuízo de 60 trilhões de dólares até 2100. “Então, os gastos que estão sendo feitos para diminuir as emissões de CO2 são muito menores do que estes prejuízos estimados”, diz Alves.
A Antártida, por sua vez, registrou em 18 de setembro seu maior tamanho no inverno, empatando com 2012, quando tinha 19,44 milhões de quilômetros quadrados. A camada de gelo no polo Sul vem aumentando nos últimos anos devido ao buraco na camada de ozônio, correntezas no hemisférios sul e ventos que espalham o gelo no continente. (Fonte: UOL)
sábado, 7 de setembro de 2013
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Cientistas descobrem ‘elo perdido’ e preveem cura do mal de Alzheimer
Pesquisadores da escola de medicina de Yale, nos Estados Unidos, descobriram uma proteína que seria o “elo perdido” na complexa cadeia de eventos que leva ao desenvolvimento do mal de Alzheimer. Ao bloquear a proteína com um medicamento que já tem sido fabricado, os cientistas foram capazes de restaurar a memória de ratos de laboratório que tinham dano cerebral semelhante ao causado pela doença. O estudo foi publicado na edição desta quarta-feira da revista especializada Neuron.
“O mais animador é que, entre todas as ligações nessa cadeia molecular, essa é a proteína que mais facilmente pode ser atingida por medicamentos”, afirmou o professor de neurologia Stephen Strittmatter, um dos autores da pesquisa. “Isso nos dá grande esperança de que possamos encontrar uma droga que funcione para diminuir o peso (sobre os pacientes) do Alzheimer.”
Cientistas já haviam obtido um mapa molecular representando como a doença de Alzheimer destrói os neurônios. Em um estudo anterior, o laboratório coordenado por Strittmatter mostrou que o peptídeo beta-amiloide, uma marca desse mal, se une a proteínas príons na superfície das células nervosas. Através de um procedimento ainda desconhecido, essa ligação ativa um mensageiro molecular dentro da célula chamada Fyn.
O artigo dos pesquisadores da Universidade Yale revela o elo perdido nessa corrente: uma proteína dentro da membrana celular conhecida como mGluR5 – receptor metabotrópico de glutamato 5. Quando essa proteína é bloqueada por um medicamento parecido com o atualmente sendo desenvolvido para a síndrome do X frágil (ou síndrome de Martin & Bell), as deficiências na memória, aprendizado e densidade de sinapses foram restauradas em um rato de laboratório com um modelo de Alzheimer.
Strittmatter ressaltou que novas drogas podem ter de ser desenvolvidas para atingir precisamente o rompimento da proteína amiloide (príon) na mGluR5 para os pacientes humanos com Alzheimer, e afirmou que seu laboratório está pesquisando maneiras de chegar a esse resultado.
Em outro estudo, publicado há pouco menos de um mês, cientistas explicaram como a combinação entre uma proteína e uma enzima dá início à degeneração celular característica da doença. “É como separar fisicamente a pólvora do fósforo de tal maneira que a explosão é prevenida”, disse Subhojit Roy, professor da Universidade da Califórnia em San Diego. “Saber como a pólvora e o fósforo são separados pode nos dar novas pistas sobre a possibilidade de parar a doença.” A descoberta poderia, no futuro, ajudar a tratar e até mesmo a prevenir a doença. (Fonte: Terra)
Estudantes criam garrafa que converte água do mar em potável
Um grupo de estudantes sul-coreanos promete ter inventado uma solução de bolso para dessalinizar a água do mar.
Os alunos Younsun Kim, Kangkyung Lee, Byungsoo Kim e Minji Kim, da Universidade de Yonsei, na Coreia do Sul, desenvolveram o conceito de um dispositivo de filtragem e purificação de água portátil que promete transformar água salgada em água potável.
O Puri, como foi batizada a invenção, usa a tecnologia de osmose reversa. A ideia dos estudantes é incluir o produto no kit básico de barcos ou situações de emergência no mar, onde a hidratação pode ser um problema grave.
Segundo vídeo explicativo criado pelos pesquisadores, o funcionamento é simples. O usuário só precisa bombear um êmbolo dentro do cilindro e pressurizar a água salgada, empurrando para a câmara de filtragem. Em seguida, a água doce entra em outra câmara, pronta para ser consumida. (Fonte: Exame.com)
FAPESP sedia Conferência de Mudanças Climáticas Globais
A Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede CLIMA), a FAPESP, no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC) realizam em São Paulo, de 9 a 13 de setembro, a 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais, no Espaço Apas, Rua Pio XI, 1200, Alto da Lapa.
O encontro procura difundir avanços do conhecimento sobre a variabilidade climática no Brasil e no mundo para apoiar decisões e estratégias de adaptação e mitigação das variações ambientais. Participam do encontro cientistas e formuladores de políticas públicas.
Entre os temas que serão tratados na conferência estão as prováveis consequências de alterações no regime de chuvas e elevação da temperatura no país, como a redução da produção de alimentos como arroz, feijão, milho e trigo – observada por pesquisadores da Embrapa desde 2000 – e o agravamento de problemas de saúde pública causados pela elevação da temperatura e da umidade do ar nas cidades.
Os primeiros relatórios sobre o clima no Brasil – Na segunda-feira (9), a Conferência terá início com mesa-redonda sobre o Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (BESM, na sigla em inglês), apresentando os principais desafios para a modelagem climática na região do Atlântico Sul, com foco em mudanças relacionadas a Oceanos, Atmosfera, Superfície e Química.
Em seguida, serão apresentados os primeiros três relatórios de avaliação nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), criado em 2009 pelos ministérios do Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia e Inovação para fornecer avaliações científicas sobre as mudanças climáticas de relevância para o Brasil.
Os relatórios trazem as principais conclusões de estudos realizados por 345 pesquisadores entre 2007 e início de 2013 sobre ocorrência das mudanças climáticas, seus impactos e formas de redução da emissão de gases de efeito estufa no Brasil.
Os documentos foram preparados nos moldes do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), estabelecido em 1988 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para fornecer informações científicas para o entendimento das mudanças climáticas no mundo. Atualmente, 195 países são membros do IPCC.
A Conferência terá seis mesas-redondas com a participação de cientistas e representantes de instituições envolvidas na discussão nacional sobre as mudanças climáticas globais.
Os debates serão sobre eventos climáticos extremos e desastres naturais; apoio da ciência, tecnologia e inovação em mudanças globais a políticas públicas; inventário e monitoramento de emissões e remoções de gases de efeito estufa; relação ciência-planos setoriais; e detecção, mitigação, impactos e vulnerabilidade.
Os resultados de pesquisa científica sobre mudanças climáticas a serem apresentados e discutidos na conferência foram produzidos por mais de 2 mil cientistas de grupos de pesquisa ligados ao Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais, à Rede Clima e ao INCT-Mudanças Climáticas. Essa pesquisa, desenvolvida em universidades e instituições brasileiras e estrangeiras, subsidia hoje a elaboração de estratégias de adaptação, estudos sobre vulnerabilidade e a adoção de medidas de mitigação. (Fonte: Agência Fapesp)
Brasil cai uma posição no ranking que avalia risco a catástrofes
A população do Brasil está mais exposta aos impactos das catástrofes naturais, como terremotos, enchentes e aumento do nível do mar em decorrência das mudanças climáticas. Essa é uma das conclusões do relatório Risco Mundial 2013, apresentado nesta quarta, dia 4, em Bonn, na Alemanha. O estudo também revelou que países com um sistema de saúde precário e baixo nível de saneamento básico são os mais vulneráveis a esses fenômenos.
O ranking é anual, produzido pela Universidade das Nações Unidas, Universidade de Bonn e financiado pela Fundação Meio Ambiente e Desenvolvimento da Renânia do Norte-Vestfália. Ao todo, 173 países foram analisados e o Brasil passou da posição 124 para a 123.
Nesse ano, o índice que mede o risco da população de países frente a fenômenos naturais focou sua análise na área da saúde e acompanhamento médico. “É chocante ver como o atendimento de saúde está distribuído de forma desigual no mundo. Também causa espanto ver como a falta de um acompanhamento médico adequado aumenta a vulnerabilidade aos perigos naturais, principalmente em países pobres”, declarou Peter Mücke, presidente da Aliança Ajuda ao Desenvolvimento, uma das organizações responsáveis pelo relatório.
Vanuatu, um pequeno arquipélago no Pacífico, é o mais ameaçado – o conjunto de ilhas já ocupava essa posição no ano passado. Tonga e Filipinas aparecem nas colocações seguintes. Dentre as nações mais ricas, Japão é o mais exposto aos riscos, na 15º posição. O Catar se manteve o último da lista, ou seja, o menos vulnerável.
As soluções – O ranking mediu quatro fatores: exposição aos desastres naturais, como enchentes, terremotos, seca e aumento do nível do mar; vulnerabilidade baseada em infraestrutura, condições de moradia e alimentares; eficiência dos governos nos quesitos prevenção, abastecimento médico, segurança material e social; e a capacidade de adaptação com relação às mudanças climáticas.
Mücke afirmou que a prevenção continua sendo a melhor maneira para evitar crises maiores. “Doenças que são de fácil prevenção acabam sendo fatais nos países mais pobres, pois permanecem sem tratamento”, acrescentou Thomas Kistemann, professor do Instituto para Higiene e Saúde Pública da Universidade de Bonn.
O relatório também apontou que, além do acesso ao sistema de saúde, outro fator que aumenta o risco para a população é a falta de saneamento básico. No mundo, mais de um bilhão de pessoas não têm acesso a banheiros ou latrinas. Três em cada quatros dessas pessoas vivem em cinco países: Índia, Indonésia, Paquistão, Etiópia e Nigéria.
As crianças, em especial, são as mais vulneráveis. No mundo inteiro, cerca de 2 mil crianças morrem diariamente de diarreia e 3,5 mil de pneumonia. A maioria dessas infecções poderiam ser evitadas com medidas simples de higiene, como o lavar das mãos. Em 2011, 44 mil crianças com menos de 5 anos morreram no Brasil – 3% dos casos eram de diarreia, 7% de pneumonia.
Quanto aos problemas relacionados à infraestrutura, alimentação e situação de renda, a situação de risco do Brasil foi avaliada como “média”. Nos quesitos dependência governamental, atendimento médico e exposição a catástrofes naturais o risco é considerado “pequeno”, segundo o estudo. (Fonte: Terra)
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