segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Técnica aponta os atributos dos candidatos que mais agradam ao eleitor
Em ano eleitoral, políticos se esforçam para transmitir uma boa imagem para a população. Para a tomada de decisão do eleitor, certas características dos candidatos podem pesar a favor ou contra, contribuindo ou não para a sua vitória.
Para avaliar a importância que a população dá aos atributos dos candidatos, estatísticos do IBOPE Inteligência aplicaram a técnica Conjoint Analysis no processo de escolha do eleitor numa simulação de disputa à prefeitura de São Paulo. A técnica é amplamente utilizada nas pesquisas de marketing, já que permite identificar o que o consumidor leva em consideração no momento que opta pela compra de um item.
“Ao escolher um produto, diversos atributos são analisados conjuntamente e a cada um deles o comprador atribui importâncias diferentes, construindo assim a sua preferência e efetivando a compra ou não. Podemos fazer uma analogia com o processo de escolha do eleitor, já que ele também avalia diversas características do candidato simultaneamente ao decidir seu voto”, explica Bruna Suzzara, uma das autoras do estudo.
Realizada em 2011, a pesquisa analisou aspectos como a experiência política, características pessoais da imagem do candidato e da sua personalidade, características políticas, apoios políticos e continuidade.
As conclusões apresentadas abaixo, devem ser analisadas para cada atributo individualmente, já que os incrementos citados nesse artigo referem-se ao ganho ou perda em relação a preferência média do eleitor dento do atributo.
Experiência política
No tocante à experiência política, o estudo revela que “ter um bom passado político” pode elevar as intenções de voto em 29%. Já “conhecer os problemas de São Paulo” favorece em 21% o potencial do candidato. Ter “experiência administrativa” é outro dado positivo, que incrementa em 18% a fatia de eleitores que um candidato tenha. Por outro lado, “ser novo na política” é um fator que pode reduzir, em média, 22% as intenções de um candidato.
Imagem
Com relação à imagem que o candidato passa de si, ser visto como “moderno” alavanca o seu eleitorado em 82%, ser “confiável” aumenta 60% e ser “jovem” em 21%. Mas ser “arrogante” o prejudica em 56%, enquanto “distante” e “fraco” são características que reduzem o seu apelo em 57% e 50%, respectivamente.
Personalidade
A respeito da personalidade percebida pelo eleitorado, ser “indeciso” é um atributo negativo, contribuindo para uma perda de 66% no potencial de um candidato. Já a qualidade de “ser honesto” e “ser inteligente” elevam as intenções de voto em 21% e 24%, respectivamente.
Continuidade
Dar ou na continuidade às iniciativas da gestão anterior também repercute de diferentes maneiras no eleitorado. Mas é interessante notar que a característica de “dar continuidade” impacta 0%, ou seja, não é o suficiente para aumentar os votos mas também não prejudica. Por outro lado, “não dar continuidade ao trabalho” compromete negativamente o eleitorado de um candidato, em 39%. Já “ter visão de futuro” e “mudar a forma de administrar” são vistas como características positivas, elevando as intenções em 33% e 6%, respectivamente.
Características políticas
Nada é mais prejudicial que a corrupção. Candidatos que tenham a característica de corrupto associada lidam com uma perda de 71% no seu eleitorado potencial. Mas ser “realizador” faz crescer seu apelo em 22%, enquanto ser “trabalhador” favorece em 20% e ser “competente” em 15%.
Apoio político
Por fim, o peso do “apoio do Presidente do País” alavanca em 4% as intenções de voto, enquanto “não estar ligado a nenhum grupo político” também é um dado positivo, aumentando em 3% as intenções de voto. Ter o apoio do partido de preferência do eleitor contribui menos, com um aumento de 1%.
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